Por Emanuelly Cardoso e Gabriela Cruz

A área da comunicação, enfrenta diariamente variados desafios para com a sociedade e seus inúmeros padrões, e foi sobre isso o papo que rolou na noite do dia 24, na sala Stadium da Belas Artes. Com o título “O papel das minorias e seu espaço em agências de comunicação”, a ex-aluna Mariana Benedito conduziu uma conversa com os participantes, que resultou em diversas reflexões e questionamentos sobre a sociedade atual e seus paradigmas, que definitivamente precisam ser quebrados.

A palestrante, formada em Publicidade e Propaganda, hoje trabalha na agência Lema, na qual tem o desafio de inserir não apenas a diversidade nas marcas, mas também a inclusão em suas equipes; segundo ela, quanto mais plural as agências, mais fácil é trazer a representatividade brasileira real, quebrando assim os padrões europeus.

Um dos pontos que se muito discutiu, foi a presença das minorias nas campanhas, mas a falta das mesmas na execução, desencadeando uma falsa ideia de “avanço social”, pois ainda se rendem a um padrão imposto pela sociedade: branco, hetero e cis. Mariana ressaltou o fato de que nas agências publicitárias, a atuação feminina geralmente fica na área de atendimento, e os setores de criação são predominantemente masculinos.

Como alternativa para reverter tais normas, Mariana citou a apresentação de números e dados que sustentem a importância da representatividade. E foi pensando em tal presença em diversos espaços, que levantamos as questões: quantas minorias você identifica em sua sala de aula? dentre seus professores? ou quando vai ao teatro ou cinema?

Estamos sempre ocupando espaços aonde quer que vamos, mas devemos parar e pensar no quão diverso é de fato este tal espaço, quantas pessoas iguais à você estão presentes, e o mais importante, quantas pessoas diferentes de você estão neste mesmo espaço? São perguntas simples, mas só quando perguntadas se sente o impacto! Portanto comece a questionar, a identificar seus privilégios e buscar inclusão, pois só assim alcançaremos uma comunicação plural, diversa, representativa e para todxs. 

Um possível primeiro passo, é pensarmos na necessidade de coletivos dentro da própria Belas Artes, um centro universitário de muitos alunos e grande prestígio. Precisamos criar espaços seguros para todos, independente de raça, gênero, classe ou o que quer que seja.