Por Luccas Diaz
Ocorreu
hoje de manhã (23) no primeiro dia da 4°
Jornada de Comunicação do Centro Universitário Belas Artes uma palestra com
a jornalista Patrícia Carvalho. Na Rede Globo há mais de 21 anos, Patrícia, 45,
hoje é diretora na área de entretenimento do canal e veio, além de contar um
pouco sobre sua trajetória, debater com os alunos sobre os esforços da
televisão para se manter relevante na era da internet.
“Como que eu vou comunicar algo de
um jeito que dez milhões de pessoas possam entender?” é o questionamento
inicial da diretora após apresentar o dado que a Rede Globo tem cerca de dez
milhões de telespectadores por minuto. Em um mundo cada dia mais conectado,
esse desafio se torna ainda mais difícil ao ponto que a customização da forma
como se consome conteúdo virou o padrão. Os dispositivos mobiles e, sobretudo, as redes sociais permitiram que cada um
pudesse escolher o modo, a hora e o local que gostaria de receber conteúdo.
Nesse ponto, a televisão sofre para se adaptar à essa onda on demand e se vê em um momento de “ou muda ou fica para trás”.
Não é à toa que o slogan atual da
emissora é precisamente “Globo: Sempre em Movimento!”. O desafio de manter a
televisão relevante em meio a tantos competidores pela atenção do público nunca
esteve tão grande. A diretora percebeu isso com ainda mais força quando assumiu
o cargo de editora-chefe do programa Bem Estar. Na programação matutina, a luta
pela atenção do público é muito maior do que na noturna e vale de tudo para
fisgar o telespectador. Uma tática usada pelo programa foi o formato de pílulas
de informação: a cada três minutos era dada uma dica ou uma informação
importante sobre saúde. Informação essa que o telespectador poderia rapidamente
assimilar e guardar para si.
É
justamente essa questão da proximidade com o público que foi o ponto chave do
programa. “É necessário um rigor na informação. Mas não na sua apresentação”,
explica a diretora. O termo “Infotainment”
resume bem isso. É a junção da informação com o entretenimento. Coisa que a
internet faz e sempre fez. A televisão entendeu isso e vem cravado uma jornada
para adaptar essa prática para as telinhas. Patrícia encerra sua fala afirmando
que ainda não há respostas ou direções claras para o caminho que a televisão
irá seguir. Mas, que independente de tudo a informação deve ser sempre
transmitida com propósito. De modo mais transparente e acessível possível.
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