Por: Gabriel Lacerda e Adryelle Valgas 

A partir da década de 1970, considerada o início da terceira revolução industrial, o ser humano passou a se comunicar de maneira global e os avanços surgiram exponencialmente e de forma convergente. De acordo com o economista Courtnay Guimarães, na palestra “Desbloqueando o futuro convergente no presente caórdico”, durante a Semana de Comunicação e Mídias Sociais da Belas Artes, “esse fenômeno melhorou o bem-estar e a qualidade de vida dos seres humanos. Mas, por outro lado, aumentou a incerteza do futuro”. A possibilidade de existir um desemprego tecnológico, ou seja, o desaparecimento de profissões nas quais robôs conseguem desempenhar os papéis humanos, existe. Para o palestrante, “os indivíduos formados nas áreas de exatas ou biológicas, capazes de aperfeiçoar a tecnologia existente, passam a ser valorizados acima dos profissionais das ciências humanas”. 

Porém, onde se encontra o ser humano nesse processo? A tecnologia pode ser eficiente, mas não resolve alguns dos principais problemas da humanidade. O desemprego ou a diminuição da população, são alguns exemplos dos desafios que para serem solucionados demandam criatividade. Esta qualidade, apenas o homem tem a oportunidade de exercer, segundo Guimarães. 

De acordo com o economista, a inteligência artificial e a tecnologia disponível fornecem as ferramentas necessárias para solucionar as adversidades. E melhor ainda, possibilitam uma liberdade não alcançada antes na história. “Hoje é possível trabalhar com várias pessoas sem nem se encontrar pessoalmente, tudo no conforto de casa”, acrescenta. 

Entretanto, tudo isso é paradoxal, pois ao mesmo tempo que somos livres, não temos noção desse potencial. Temos a preferência por passar o decorrer do dia no celular ou no computador acessando o Facebook, Instagram, Twitter e Whatsapp ao invés de usar e desenvolver a criatividade. 

Ao longo da palestra, o economista realizou algumas perguntas ao público. Levando em consideração que o evento aconteceu em período de eleições, foi impossível não falar de política. Nesse sentido, Courtnay perguntou aos membros da plateia como eles poderiam influenciar na campanha contra os candidatos que se consideram de oposição. 

Após a apresentação, começou a sessão de debates, com mediação do professor Thiago Souza. Entre as dúvidas, destacaram-se a da união entre o capitalismo e a importância do ser humano. Em outras palavras, como aliar o desenvolvimento econômico e o social. 

A resposta do palestrante enfatizou a importância de investir na educação da população feminina. Valorizar as políticas educacionais direcionadas às mulheres, além de reforçar o direito essencial de educação a todos, também empoderando a parcela da população com a maior capacidade de pensar soluções inteligentes para os desafios complexos da modernidade. 


Questionado sobre países que evoluíram na conscientização da necessidade de mudança, Courtnay, surpreendentemente, respondeu que os exemplos vêm dos países de terceiro mundo, como Índia, África e China.