Por Beatriz Paoletti e Bruna Ramos

Ocorreu na Universidade Belas Artes, a oficina “Inovação e Comunicação: Antecipando Comportamento de Nicho", ministrada pela estilista e designer Deborah Lúcia Natal, formada pela FMU e co-fundou a empresa Unrest que, segundo ela, é "intangível e incomparável”. Entre os principais temas, destacou-se o futuro do consumo de nicho.

A palestra, dada em clima bem-humorado, conseguiu trazer familiaridade ao caracterizar o estilo de vida das gerações mais novas. Além disso, analisou como seus comportamentos, ditados pelas novas tecnologias, impactam as estratégias das marcas e os novos modelos de negócios.

Logo de início, ela cita os empecilhos das atuais estratégias de marketing utilizadas pelas marcas nas redes sociais: as pessoas, estando mais exigentes, esperam produtos inteligentes e adaptáveis a suas realidades e, dessa forma, se cansam facilmente de posicionamentos complicados. A solução, na sua opinião, é analítica: enxergar a Big Picture e suas variáveis (as possíveis tecnologias que estão despontando e as tendências de consumo de curto a longo prazo) e juntá-las na construção dos perfis de consumo de nicho.

O ano de 2018 foi então um dos minimalistas (consumidores conscientes, não possessivos, com visão ampla), dos inquilinos (comunidades que vivem partilhando bens e serviços), dos reivindicadores (ativistas online conscientes do poder político), dos “está no meu DNA” (preocupação analítica da saúde), empreendedores adaptativos (flexíveis no tempo e espaço, buscam alternância constante de horários e carreiras), dos “vejo do meu quarto” (possibilidade de realidade virtual), dos consumidores detetives (as informações acessíveis possibilitam isso), dos designers digitais (consumidores influentes nas decisões da marca) e dos sobreviventes (não tem poder aquisitivo, mas tem influência no mercado de consumo).
Para saber mais​ 

O Facebook já atua com base no futurismo e utiliza as informações de seus usuários para “prever” alguns acontecimentos e, dessa forma, atuar de acordo com cada perfil. Um exemplo disso encontra-se no fato de ele saber quando seu relacionamento vai acabar e, logo acima, as propagandas aparecem para na sua home page numa espécie de linha cronológica. O que mais chama atenção é as informações serem mais precisas quando falamos das mulheres. Isso ocorre por conta delas serem, em sua maioria, mais engajadas nas redes sociais e postarem diversas coisas ligadas ao seus relacionamentos.
Com o decorrer da relação, os posts mudam de direcionamento e o robô da rede social consegue perceber com antecedência de até 1 ano (isso mesmo) quando ocorrerá o fim. Além disso, ele se aproveita das buscas feitas no browser, como apartamentos para locação, interesse em móveis novos, investimento e até mesmo sobre cuidados de beleza, que tendem a aumentar quando uma mulher se separa. Dessa forma, quanto mais próximo do fim, maior será a possibilidade da mulher receber propagandas de assuntos que ela pesquisou no ano passado.